Propõe-se a execução deste projeto de pesquisa, de caráter exploratório, que busca identificar e traçar um comparativo entre a cultura mexicana descrita por Octavio Paz, em sua obra magna, e as obras fotodocumentais de Manuel Álvarez Bravo e Graciela Iturbide. Para tanto, será desenvolvida uma análise do discurso fotográfico de ambos fotógrafos e, simultaneamente, uma comparação discursiva entre tais obras e o descrito por Octavio Paz em "O Labirinto da Solidão", tendo como base o método de leitura de fotografia proposta por Javier Marzal Felici (2003). Os objetos de análise serão, nomeadamente, o acervo da obra de Manuel Álvarez Bravo, disponíveis no Centro Fotográfico Manuel Álvarez Bravo, em Oaxaca (México), e o acervo pessoal de Graciela Iturbide, disponível na Cidade do México (México), para a produção das obras fotodocumentais "Los que viven en la arena" (1981) e "Juchitán de las mujeres" (1989). Finalmente, será realizada uma entrevista aberta em profundidade com a fotógrafa Graciela Iturbide para buscar as reais conexões fotodocumentais de suas fotos com o texto de Octavio Paz. As indagações deste projeto surgiram a partir de três pesquisas anteriormente desenvolvidas pelo proponente, com apoio da FAPESP, nomeadamente através dos processos 2016/09276-7, 2019/19337-1 e 2022/00459-2. Espera-se que, com a conclusão da pesquisa, seja possível descobrir se há, nestas obras, uma fotodocumentação humanista, e como ele se estabelece, tomando com base a junção dos conceitos sobre sobre o tema propostos por Renó  Gobbi (2020) e Beaumont-Maillet  Denoyelle (2006), pelos olhares destes fotógrafos. Trata-se de um viés ainda inédito sobre Manuel Álvarez Bravo e Graciela Iturbide, ambos intensamente pesquisados, mas por outros prismas.